PNEUMONIA EM PEDIATRIA - ATUALIZAÇÃO (protocolo 2014-2016)
Adriano Babá Tubota, Daniandra Figueiredo e Gabriela Iglesias
Hospital Augusto de Oliveira Camargo - Indaiatuba-SP
A pneumonia é definida como uma inflamação do parênquima pulmonar que, na maioria das vezes, é causada por agentes infecciosos. Porém, há causas não infecciosas como: aspiração de alimento e/ou ácido gástrico, corpo estranho e pneumonite induzida por drogas ou radiação.
Os fatores de risco associados são: desnutrição, prematuridade, presença de comorbidades como asma, insuficiência ardíaca, permanência em creche, episódios prévios de sibilos e pneumonia anterior, ausência de aleitamento materno, vacinação incompleta, variáveis socio-econômicas e ambientais.
Etiologia
Perfil etiológico para cada idade:
RN < 3 dias
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Streptococcus do grupo B -> Gram negativo (E.coli) -> Listeria sp (pouco comum)
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RN > 3 dias
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Staphylococcus aureus -> Staphylococcus epidermidis -> Gram negativo
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1 a 3 meses
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Vírus Sincicial respiratório -> Chamydia trachomatis -> Ureaplasma urealyticum
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1 mês a 2 anos
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Vírus -> Streptococcus pneumoniae -> Haemophilus influenzae -> Sta. aureus
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2 a 5 anos
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Vírus -> Strep. pneumoniae -> H. influenzae Mycoplasma pneumoniae -> Chlamydia pneumoniae -> S. aureus
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6 a 18 anos
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Vírus -> Strep. pneumoniae -> Myc. pneumoniae -> Cham. pneumoniae -> H. influenzae
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Em crianças menores que 2 anos, segundo estudos, 80% das pneumonias são causadas por vírus, sendo o Vírus Sincicial Respiratório responsável por mais de 40% destes casos.
É importante lembrar que nos escolares e adolescentes o pneumococo continua sendo um agente importante, mas que o Mic. pneumoniae e Chlam. pneumoniae tornam-se agentes de importância crescente.
Pneumonias por fungos como: Histoplasma, Coccidioides, Blastomicetos e Cripticoccus são raras em crianças.
PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE
SINAIS E SINTOMAS
Na pneumonia viral, a febre usualmente está presente; entretanto as temperaturas costumam ser mais baixas que nas infecções bacterianas. Uma infecção respiratória superior freqüentemente precede o início da doença. A taquipnéia é a manifestação clínica mais consistente de pneumonia. Um esforço respiratório mais intenso, acompanhado por retrações intercostais, subcostais e supra-esternais, batimentos nasais e o uso de musculatura acessória são comuns.
A pneumonia bacteriana, geralmente, tem início súbito com calafrios acompanhados por febre alta, tosse e/ou dor torácica. Entre outros fatores que podem ser observados estão: sonolência com períodos intermitentes de agitação, taquipnéia, cianose, ansiedade e, ocasionalmente, delírio.
A dor abdominal pode estar presente em crianças com pneumonia de lobo inferior. O fígado pode parecer aumentado em função do deslocamento do diafragma para baixo, secundário a uma hiperinsulflação pulmonar ou pode haver uma insuficiência cardíaca superposta.
DIAGNÓSTICO
A presença de taquipnéia em crianças com história de febre e/ou tosse e dificuldade para respirar já nos permite fazer um diagnóstico clínico.
Os valores de taquipnéia, variam de acordo com a idade:
Até 2 meses
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FR > 60 rpm
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2 a 12 meses
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FR > 50 rpmc
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1 a 5 anos
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FR > 40 rpm
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> 5 anos
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FR > 20 rpm
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Sinais de desconforto respiratório: Retrações subcostal, intercostal e de fúrcula e batimentos de asa nasal. Gemência, apnéia, oximetria de pulso menor que 90% em ar ambiente.
Ausculta pulmonar: A presença de creptações contribui para o diagnóstico, porém sua ausência não exclui o diagnóstico. A redução de murmúrio vesicular sugere consolidação ou até derrame pleural.
Raio X* : A aparência radiológica isoladamente não é diagnóstica, não distingue pneumonias virais ou bacterianas ou mesmo tipifica a bactéria. Também não define evolução clínica boa ou ruim, outras características clínicas devem ser consideradas. Repetir Rx somente se piora ou não melhora clínica em 48-72h ou em pneumonias lobares recorrentes com suspeita de má formação, massa torácica ou aspiração de corpo estranho (solicitar tomografia para auxílio diagnóstico). A repetição da radiografia de tórax para comprovar a cura de pacientes com pneumonia não complicada não é necessária.
*Pneumonia oculta: RX com infiltrados pulmonares em crianças com febre, sem sinais e sintomas diretos de pneumonia (5-19% de casos).
Laboratório: A contagem de leucócitos e sua análise diferencial, proteína C reativa e procalcitonina não distinguem etiologia viral ou bacteriana se usados como parâmetros únicos.
Testes específicos para detecção viral : O diagnóstico definitivo de uma infecção viral depende do isolamento do vírus ou da detecção de antígenos ou genomas virais nas secreções do trato respiratório. O crescimento dos vírus respiratórios em uma cultura viral convencional geralmente requer 5-10 dias.
Testes confiáveis por DNA ou RNA para a detecção rápida de Vírus sincicial respiratório (VSR), parainfluenza, influenza e adenovírus quando disponíveis são acurados. Técnicas sorologicas também podem ser utilizadas, mas este método geralmente requer o exame sorológico de amostras na fase aguda e na convalescença para verificar se há elevação dos anticorpos para um agente viral específico
Testes específicos para detecção bacteriana: requer o isolamento de um microorganismo do sangue, líquido pleural ou pulmão. A cultura do escarro tem pouco valor no diagnóstico de pneumonias em crianças pela dificuldade de coleta. Os resultados de hemoculturas são positivos em apenas 10% das crianças com pneumonia pneumocócica.
PNEUMONIA ATÍPICA
Caracterizada por uma evolução clínica arrastada, diferente das pneumonias bacterianas típicas. Pode apresentar- se com infiltrados perihilares bilaterais e presença de sibilos.
Dividem-se em dois grupos: Pneumonia afebril do lactente (quadro que se estabelece antes dos três meses de idade) e a Pneumonia atípica das crianças em idade escolar e adolescentes (a partir dos 4-5 anos de idade).
Agentes Etiológicos :
Pneumonia afebril do lactente: Chlamydia pneumoniae, Ureaplasma urealyticum, VSR, Citomegalovírus.
Protótipo do quadro é a infecção pela C. trachomatis, um germe que infecta o trato genital feminino, com risco de transmissão de 50% para o recém-nascido no momento do parto, podendo estabelecer infecção na conjuntiva, nasofaringe, reto e na vagina, portanto a transmissão pode ocorrer em parto vaginal e parto cesáreo com bolsa rota prévia.
Pneumonia atípica em crianças e adolescentes: Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae.
O mais frequente é o M. pneumoniae cuja as infecções ocorrem pela propagação de gotículas pela via respiratória, com período de incubação de uma a três semanas.
COMPLICAÇÕES
Derrame pleural: É uma reação inflatória à pneumonia, complicação mais frequente da pneumonia bacteriana, ocorre em 40% nas crianças hospitalizadas. Os principais agentes etiológicos são os mesmos encontrados em pneumonias não complicadas: S.pneumoniae (64%), M. pneumoniae (20%), S.aureus (15%), viral (10%) e H. influenzae (7%).
Diagnóstico: Febre por um período maior que o habitual na pneumonia em tratamento, no exame físico: murmúrio vesicular diminuído, macicez à percussão ao lado do hemitórax acometido, dor torácica e abdominal, desvio contralateral da traquéia em grandes derrames. Na falha de resposta ao antibiótico por 48h a 72h, deve-se levantar a suspeita de derrame pleural. Rx de toráx com área de hipertransparência e desvio das estruturas pulmonares para o lado oposto acometido do pulmão e borramento do ângulo costofrênico. Radiografia em decúbito lateral pode ajudar a detectar líquido livre. Ultrassom pode ser útil para a localização do líquido e na detecção de loculações.Tomografia de tórax pode ajudar a determinar se o líquido é intra ou extraparênquimatoso, além de direcionar ainda mais o tratamento de pneumonias complicadas, solicitar TM com contraste se suspeita de áreas de necrose pulmonar.
O líquido deve ser puncionado e enviado para exame bacterioscópico, quimiocitológico e cultura, incluindo a pesquisa de bacilo álcool - ácido - resistente ( Baar). A indicação de drenar é pelo volume (>40% do hemitorax) e pelo desconforto respiratório. Faz-se uso de agentes fibrinolíticos (estreptoquinase ou uroquinase) que são infundidos através do dreno tubular no espaço pleural, clampeando-se por aproximadamente 4 horas e posteriormente aberto para drenagem, procedimento repetido diariamente que faz aumentar o volume drenado. Retira-se o dreno na ausência de ar intratorácico e drenagem <1 ml/kg/24h (calculado nas últimas 12h).
Empiema: Derrame parapneumônico infectado com característica purulenta.
Realizar toracocentese se achados compatíveis com exsudato. Células > 50.000 leucócitos com predomínio de neutrófilos em caso de agente bacteriano e linfócitos nos derrames tuberculosos. pH abaixo de 7,2 e a glicose baixa sugerem infecção por bactéria. Coloração de Gram e culturas devem ser avaliados.
Após uma toracocentese inicial e a identificação do microrganismo, a administração apropriada de antibiótico por via endovenosa e a drenagem adequada do líquido remanescente são os passos principais do tratamento. Derrames de maior volume necessitam de drenagem. Considerar vídeotoracoscopia em casos mais complicados.
Pneumonia necrotizante: Caracterizada por liquefação e necrose com cavitação do tecido pulmonar.
Muito embora o pneumococo continue a ser o agente predominante, foram identificados vários casos por outros estreptococos, estafilococos, pseudomonas aeruginosa e fusobacterium. Geralmente cursa com febre elevada e hipoxemia.
Pode haver hipoalbuminemia (secundária à perda de proteínas para o pulmão afetado e líquido pleural). Raio x de tórax evidencia uma consolidação pulmonar, associada ou não a derrame pleural. Tomografia computadorizada com contraste constitui o exame padrão ouro, mostrando áreas de liquefação que progressivamente são substituídas por pequenas cavidades cheias de ar ou líquido (cavitação/necrose).
A terapêutica antibiótica deve ser prolongada (quatro semanas) e incluir cobertura para o Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus aureus e Streptococcus do grupo A, sendo a vancomicina e a clindamicina os antibióticos de eleição.
Indicada cirurgia em casos com fístula broncopulmonar condicionando pneumotórax persistente, derrame/empiema loculado condicionando atelectasia e na falha do tratamento conservador, uma vez que este apresenta bons resultados na maioria dos casos. Em idade pediátrica tem um prognóstico favorável, com resolução clínica em dois meses e sequelas mínimas, com normalização radiológica em 6-9 meses.
Pneumatocele: É uma cavidade pulmonar cística de paredes finas. Agente etiológico mais frequente é S.aureus, mas nota-se uma grande frequência em pneumonias por S. pneumoniae. Na maioria das vezes, as pneumatoceles têm involução espontânea de semanas até mais de um ano. O Raio x de tórax é suficiente para o diagnóstico.
Abscesso pulmonar: Corresponde a uma área de cavitação maior que 2 cm com paredes espessas e nível hidro-aéreo no parênquima pulmonar, resultante de necrose e supuração. Muitos abscessos tem etiologia polimicrobiana. Os primários, ou seja, pela própria pneumonia são causados por pneumococos e estafilococos, nos secundários, que são os aspirativos são causados por anaeróbios, nas infecções intra-hospitalares por enterobactérias e pseudômonas aeruginosa.
Quadro clínico: febre elevada no início e acompanhada de calafrios, tosse irritativa e pouco produtiva acompanhada de dor costal, expectoração purulenta, vômica (eliminação brusca de pus não precedida de expectoração brônquica). Diagnóstico cursa com leucocitose acentuada e VHS muito elevada, Raio x de Tórax com opacificação circular, necrose e liquefação na parte central, completar com tomografia nos eventuais casos de dúvida. Broncoscopia é útil na suspeita de corpo estranho, para coleta de material e no diagnóstico de abscesso crônico.
Síndrome hemolítica-urêmica: Ocorrência de anemia e trombocitopenia serve como alerta para possibilidade desta complicação rara presente nas pneumonias pneumocócicas.
TRATAMENTO:
Para se evitar resistência bacteriana ao antimicrobiano deve-se: evitar exposição ao antibiótico se possível; limitar o espectro de ação do antibiótico; otimizar dosagem do antibiótico; tratar pelo menor tempo possível para minimizar a exposição ao patógeno e à microbiota normal, diminuindo assim a seleção de resistência.
Resposta positiva ao tratamento com melhora clínica e laboratorial deve ser obtida entre 48-72 horas do ínicio. Se paciente piorar ou não responder neste período, deve-se ampliar espectro dos antibióticos ou antivirais. Critérios de não resposta ao tratamento: febre persistente ou com piora dos picos, aumento da frequência cardíaca e respiratória, aumento do esforço respiratório, cianose, saturação de oxigênio menor que 90% sob oxigenioterapia, toxemia, alteração do estado mental, dor torácica, desidratação e piora da aceitação oral, piora do leucograma e elevação do PCR. OBS: A febre pode persistir por vários dias mesmo com tratamento eficaz, principalmente em pacientes com complicações da pneumonia.
ANTIMICROBIANOS:
Streptococcus pneumoniae:
ORAL: Amoxicilina 90 mg/kg/d 12/12H; alternativas: cefuroxima 30mg/kg/d 12/12H ou cefaclor 40mg/kg/d 8/8H.
Quando houver resistência à penicilina: levofloxacino 16–20 mg/kg/d 12/12H (de 6m a 5a) e 8–10 mg/kg/d 1X/d (5-16a, max 750mg/d), linezolida 30 mg/kg/d 8/8H, alternativa clindamicina 30–40 mg/kg/d 8/8H.
PARENTERAL: Ampicilina 300-400 mg/kg/d 6/6H ou Penicilina Cristalina 250.000 U/kg/d 4/4H.
Quando houver resistência à penicilina: ceftriaxone 100 mg/kg/d 12/12H; alternativas: levofloxacino 16-20 mg/kg/d 12/12h, linezolida 30mg/kg/d 8/8H, clindamicina 40mg/kg/d 6/6H e vancomicina 40-60mg/kg/d).
Streptococcus do grupo A:
ORAL: Amoxicillina 50–75 mg/kg/d 12/12H ou penicillina V 50–75 mg/kg/d 8/8H.; alternativa: clindamicina 40 mg/kg/d 8/8H.
PARENTERAL: Penicillina Cristalina 250.000 U/kg/d 4/4H ou Ampicillina 200 mg/kg/d 6/6H; alternativas: ceftriaxone 100 mg/kg/d 12/12H ou cefotaxima 150 mg/kg/d 8/8H; podendo ser eficaz: clindamicina 40 mg/kg/d 8/8H ou vancomicina 40–60 mg/kg/d 8/8H.
Stapyhylococcus aureus, suscetível a meticilina:
ORAL: Cefalexina 100 mg/kg/d 8/8H; alternativa: clindamicina 40 mg/kg/d 8/8H.
PARENTERAL: Cefazolina 150 mg/kg/d 8/8H ou oxacillina 200 mg/kg/d de 6/6H; Alternativas: clindamicina 40 mg/kg/d 8/8H ou vancomicina 60 mg/kg/d 8/8H.
Stapyhylococcus aureus, resistente a meticilina e suscetível a clindamicina: Vancomicina 60 mg/kg/d 8/8H ou clindamicina 40 mg/kg/d 8/8H; Alternativas: linezolida 30 mg/kg/d 8/8H até 12a, 20 mg/kg/d 12/12H acima de 12a.
Stapyhylococcus aureus, resistente a meticilina e a clindamicina: Vancomicina 60 mg/kg/d 8/8H; Alternativas: linezolida 30 mg/kg/d 8/8H até 12a e 20 mg/kg/d 12/12H acima de12a.
Haemophilus influenza (todos os tipos):
ORAL: Amoxicilina 75-100 mg/kg/d 8/8H (se B-lactamase negativa) ou Amoxicilina + Clavulanato 45 mg/kg/d 8/8H ou 90 mg/kg/d 12/12H (se produtor de B-lactamase).
PARENTERAL: Ampicilina 150-200 mg/kg/d 6/6H (se B-lactamase negativa), ceftriaxone 50-100 mg/kg/d 12-24H ou cefotaxima 150mg/kg/d 8/8H (se produtor de B-lactamase); Alternativas: ciprofloxacina 30mg/kg/d 12/12H ou levofloxacina 16-20 mg/kg/d 12/12H.
Micoplasma pneumoniae, Clamidia tracomatis ou C. pneumoniae::
ORAL: Azitromicina 10mg/kg/d no 1° dia, depois 5mg/kg/d 1X/d por 2-5 dias. Alternativa: claritromicina 15 mg/kg/d 12/12H ou eritromicina 40mg/kg/d 6/6H. Para > 7a doxiciclina 2-4 mg/kg/d 12/12H; adolescentes com maturidade óssea levofloxacina 500 mg 1X/d.
PARENTERAL: Azitromina 10mg/kg/d 1 a 2 dias, depois trocar para VO 5mg/kg/d 1X/d por 2-5 dias.; Alternativa: Claritromicina 15 mg/kd/d 12/12H, eritromicina 20 mg/kg/d 6/6H ou levofloxacina 16-20 mg/kg/d 12/12H, max. 750 mg/d.
ANTIVIRAL (INFLUENZA)
Oseltamivir: Iniciar tratamento antes de 48 horas do início dos sintomas, nos casos mais graves pode ser iniciado posteriormente. Dose: Em crianças 4 mg/kg/d 12/12H, 5 dias. Adultos 150 mg/dia em 2 doses, 5 dias.
PREVENÇÃO
Vacinação em dia, principalmente para H. influenza e S. pneumoniar. Recomenda-se que adultos e adolescentes cuidadores de menores de 6 meses recebam a vacina contra gripe e contra B. pertusis (coqueluche).
Profilaxia para Vírus Sincicial Respiratório com palivizumab em prematuros.
Bibliografia:
1) The Management of Community-Acquired pneumonia in Infants and Children Older than 3 months os age: clinical practice guidelines by the Pediatric Infectious Diseases Society and the Infectious Diseases Society of America - 2011
2) Diretriz Brasileira em Pneumonia Adquirida na Comunidade em Pediatria -2007
3) Livro de infectologia - Hospital das Clínicas de São Paulo - 2011
4) EMERGÊNCIAS EM PEDIATRIA PROTOCOLOS DA SANTA CASA DE SÃO PAULO, SEGUNDA EDIÇÃO 2013
5) LIVRO DIAGNÓSTICO E TRATAMETO JAYME MURAHOVSCHI, SÉTIMA EDIÇÃO 2013.